Versos que eu fiz na noite de Natal de 1984. Estavam presentes a minha mãe, o meu pai, a tia que me criou (Lila), os meus tios Dulce e João e o meu ex-marido.
Boa noite senhores e senhoras
Ora ouçam com atenção
Que a história que vos vou contar
Não tem nada de ficção.
Tenho aqui as vossas prendas
Que vos quero ofertar,
Porque vos amo e quero
Ter alguma coisa para vos dar.
São pequenas como vêm,
Isso é um problema de raíz,
Porque embora não pareça
O Mário Soares assim quis.
Assim vou começar
O mais depressa que possa
Para não me pôr a chorar
Até fazer uma póssa.
Comecemos então
Pela prenda do pai
Que é das mais pequenas
Mas com amor aqui vai.
Meu pai nunca quer prenda
Mas eu teimo até ao fim
Porque sou chata e quero
Que ele se lembre de mim.
Mas não desanimem
Que ainda não está no fim.
E para continuar
Têm alguma prenda para mim?
Não têm? Mas eu tenho,
Uma prenda, pois então,
Para um senhor simpático
Que se chama João.
E a seguir quem virá?
Quem será o felizardo?
Será que já não há
Mais prendas no saco?
A próxima é para si
Que gosta muito de doces,
É para uma senhora feliz
A minha tia Dulce.
E a seguir vem uma senhora
Muito, muito despachada,
Vamos ver se a prenda é boa
Ou se já estará estragada.
Isto é para a minha mãe,
Mas calma, não se ria,
Porque é bonita por fora,
Mas por dentro pode estar vazia.
E agora a convidada
Veja lá se adivinha
Quem é a sorteada
Que terá a próxima prendinha?
Tu és muito queridinha
E apesar de seres velhota
Toma lá esta prendinha
E dá cá uma beijoca.
E agora faltas tu,
Mas não estejas tão choroso
Porque embora sejas o último
Ainda és o mais gostoso.
E agora já não há mais.
Espero que tenham gostado.
Para o ano logo se verá
Se ainda há ordenado.
Joana
. Mal Entendidos, Kem Os Nã...